Empresária angolana Isabel dos Santos contrata “Stryk Global Diplomacy” para atuar na sua defesa e tentar obter a ajuda do governo de “Joe Biden”

A Empresária angolana Isabel dos Santos contratou uma companhia de consultoria e lobby americana para tentar obter a ajuda do governo de Joe Biden, para expor os crimes e as violações de direitos humanos do Executivo do Presidente João Lourenço.

O contrato com a companhia Stryk Global Diplomacy tem um valor máximo de cinco milhões de dólares com um pagamento imediato de 125 mil dólares.

“O consultor irá envolver-se com o Governo dos Estados Unidos para expor os crimes e abusos de direitos humanos do Presidente João Lourenço e levará a cabo tarefas adicionais numa base acordada”, lê-se no documento que não dá contudo outros pormenores sobre essas “tarefas”.

O acordo foi assinado por Isabel dos Santos, no passado dia 29, segundo a data escrita à mão debaixo da assinatura dela, e revela ainda que uma companhia de advogados sediada em Mayfair, um dos bairros mais afluentes de Londres, será o ponto de contato com a empresária, cuja morada ou paradeiro não estão incluídos no documento.

Ao abrigo das leis americanas, o contrato foi registado junto do Departamento de Justiça que mantém uma lista de todas as companhias que fazem campanhas ou actuam a favor de países estrangeiros.

O contrato, publicado em primeira mão pela publicação África Report, surge numa altura em que Isabel dos Santos faz face a um mandado de captura internacional por alegados crimes financeiros em Angola que terão resultado em prejuízos de centenas de milhões de dólares para Angola.

Isabel dos Santos nega ter cometido qualquer ilegalidade.

Há alguns meses, o Governo americano impôs uma proibição de viagens aos Estados Unidos a Isabel dos Santos pelo seu envolvimento em “actos de corrupção através do uso inapropriado de fundos públicos para seu beneficio pessoal”.

Nesta semana numa entrevista à CNN Portugal, Isabel dos Santos, diz-se “perseguida politicamente” por João Lourenço, a quem deixou, acusações de violação da separação de poderes e condicionamento da justiça. “Não há dúvidas que estamos perante um caso de perseguição política. Olhando para Angola, e para o nosso sistema jurídico, é fácil entender que o Procurador-Geral da República recebe ordens diretamente do Presidente, ou seja, ao contrário de alguns países”.

“O procurador, general Pitta Grós, recebe ordens diretamente do general Lourenço, do Presidente João Lourenço”, disse Isabel dos Santos, acrescentando que o líder do seu país está a “usar a lei para fazer guerra, a utilizar as instituições estatais, públicas, a utilizar os próprios tribunais e utilizar a lei para combater um opositor. Um opositor económico e um opositor político“, destacou.

É neste contexto que considera que está a ser vítima de “perseguição política”, com o objetivo de impedir que “outras vozes entrem na política em Angola“. Angola é ainda o único sítio que entende não estar a salvo, precisamente pela promiscuidade que diz existir entre o poder político e judicial. “Acredito que, nos países onde a lei funciona e os tribunais são justos, imparciais e independentes, eu estarei sempre a salvo. O único sítio onde não estarei a salvo é efetivamente em Angola, onde os tribunais não são independentes e onde a lei não se cumpre”.

 

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