Dez republicanos ajudaram os democratas a aprovar com larga maioria a acusação de “incitamento à insurreição” contra Presidente Cessante, Donald Trump. O julgamento só arranca depois de Biden tomar posse.
Apesar do impeachment, Donald Trump permanece no poder até que ocorra a votação no Senado, onde serão necessários dois terços dos votos
Com a aprovação pela Câmara dos Representantes, Donald Trump se tornou o primeiro presidente da história dos Estados Unidos a sofrer dois impeachments. Mesmo assim ele continua no comando da Casa Branca.
Diferentemente do que ocorre no Brasil, nos EUA é dito que o presidente sofreu impeachment já quando o processo é aprovado na Câmara. Por isso que Trump pôde ter dois impeachments e ainda seguir presidente.
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Mesmo derrotado na Câmara, ele segue como presidente até que ocorra o julgamento no Senado, que é o próximo passo do processo.
Na Casa ocorrerá um julgamento, com a Câmara selecionando parlamentares para atuarem como se fossem promotores e apresentarem o caso contra o presidente para os senadores.
Para que ele deixe o cargo é preciso que dois terços do Senado seja a favor do impeachment, ou seja, 67 votos a favor do processo.
Nunca um presidente dos EUA teve o impeachment aprovado pelo Senado. Além de Donald Trump, Andrew Johnson e Bill Clinton também tiveram seus processos de impeachment aprovados pela Câmara, mas foram absolvidos pelo Senado. Richard Nixon, por sua vez, renunciou antes de o processo ser votado na Câmara.
Faltando apenas uma semana para a posse de Joe Biden como novo presidente do país, é bem difícil que o processo seja concluído antes disso. Isso porque o Senado só volta aos trabalhos após o dia 20, quando também passará a ser dividido com 50 democratas e 50 republicanos.
Apesar disso, a estratégia de parlamentares democratas – e dissidentes republicanos – não é necessariamente tirá-lo antes do fim do mandato, mas evitar que ele possa se candidatar novamente daqui quatro anos.
A questão agora é se haverá votos suficientes no Senado para confirmar o processo contra Trump. Diversos integrantes do partido Republicano defendem a saída do atual presidente, mas estão divididos se isso deve ocorrer via impeachment ou se ele apenas deve ser “esquecido” após deixar o cargo.
Nas últimas horas, a imprensa americana apontou que se o líder da maioria no Senado, o republicano Mitch McConnell, votar a favor do impeachment, provavelmente Trump será condenado por pelo menos 67 senadores. “Se Mitch for um voto sim, acabou”, disse um senador republicano para a CNN.
Ainda de acordo com a rede de notícias americana, McConnell estaria mais disposto a votar a favor do impeachment por não acreditar que Trump “desapareceria” do partido nos próximos anos e que seria necessária uma ação mais forte para garantir que ele não retorne em quatro anos.
O arrasto do processo de impeachment para depois da posse pode atrapalhar também os planos do novo governo de Joe Biden. Isso porque, nos EUA, os secretários (que têm cargos como de ministros no Brasil) precisam ter suas nomeações aprovadas pelo Senado.
Com o processo demorando para ser concluído, provavelmente haverá um atraso para a confirmação das nomeações feitas pelo democrata, que por sua vez pode ter dificuldades no início de governo para levar adiante projetos mais urgentes, como os de combate à pandemia do coronavírus.