EUA: Prisão na província angolana da Huíla com “mais do dobro” de detidos do que pode comportar

Os reclusos detidos no principal estabelecimento prisional da comarca da província da Huíla reclamam da sobrelotação da cadeia e pedem de uma vez por todas uma solução das autoridades.

Concebido para receber 520 reclusos, o estabelecimento prisional acolhe presentemente 1.206, de longe acima das suas capacidades.

Numa altura em que se exige distanciamento social em função da pandemia de covid-19, os reclusos atribuem a sobrelotação a detenção de cidadãos por crimes que consideram de menor gravidade.

“ Queremos frisar sobre o grande índice de internamento de reclusos com crimes de menor gravidade que muitas das vezes poderiam ser aplicadas a caução, mas são legalizados o que prova a superlotação que se verifica neste estabelecimento penitenciário”, disse Sofonias Ndala, porta-voz dos reclusos da penitenciária da Huíla.

Para a procuradoria da república na Huíla é impossível dissociar a sobrelotação das cadeias à densidade populacional da região tida como uma das mais habitadas de Angola.

Para os crimes de menor gravidade que têm estado a contribuir no aumento da população penal, o procurador Enoque Wilson, diz estar em marcha ao nível central um plano para rever a situação.

“ Há um plano gizado que versa em diminuir a população penal naqueles crimes considerados de bagatela os ilícitos penais não de grande proporcionalidade situações que se prendem com injúrias como as difamações e calúnias alguns crimes de abuso de confiança de valores diminutos”, disse

A somar a estas questões estão os problemas financeiros que paralisaram em alguns casos há mais de seis anos a conclusão das obras de três estabelecimentos prisionais, que estão a ser erguidos nos municípios de Matala, Caluquembe e Caconda.

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