spot_imgspot_imgspot_imgspot_img

Líder da UNITA, Adalberto Costa Júnior (ACJ) afirma que iniciativa de destituir o presidente João Lourenço “é para materializar”

O Líder da UNITA, Adalberto Costa Júnior (ACJ), maior partido da oposição angolana, afirmou hoje em Luanda, que a iniciativa de destituição do Presidente da República, João Lourenço, “é para materializar, não vai ficar parado”.

Adalberto Costa Júnior falou hoje, hora e meia, para uma multidão de pessoas, que participaram de uma marcha, em homenagem ao líder fundador da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Jonas Savimbi, por mais um aniversário de nascimento.

“Aquilo que estamos a fazer não é mais do que olhar para as leis e utilizar o país que temos. Estão-vos a tentar vender a ideia de que o processo de destituição é guerra, o processo de destituição é instabilidade, isto é o medo a falar, é a falta de democracia a falar, é a falta de preparação a falar”, referiu o presidente da UNITA.

Em causa está uma proposta de iniciativa de processo de acusação e destituição do Presidente angolano que a UNITA apresentou, no mês passado, por alegadamente ter “subvertido o processo democrático no país e consolidar um regime autoritário que atenta contra a paz”.

Num discurso, em que ressaltou os feitos de Jonas Savimbi, cujos discursos não estão “nem um pouco ultrapassados”, o líder da UNITA disse que o ato serviu para “uma justa homenagem ao fundador”, discorrendo a sua intervenção também sobre a atualidade do país.

“A democracia que hoje enche a boca de todos, custou vidas, custou sacrifícios enormes e nós não podemos – ninguém pode – afirmar que não tem uma mão, uma dedicação, extraordinária do líder fundador da UNITA”, disse.

E sobre esses feitos, Vitória Sakaita Evangelista, filha de Jonas Savimbi, presente no ato em representação da família, disse à Lusa que “o pai era um nacionalista que pensava Angola e os angolanos acima de tudo”.

“Com certeza, que esse não é o país que ele sempre sonhou, por isso a causa da sua luta”, acrescentou.

“É uma grande honra e responsabilidade representar a família aqui. Antigamente, a imagem do meu pai foi muito manchada, mas hoje é um grane orgulho ver, em todo o canto de Angola, quer mais velhos, que nasceram antes da independência, quer os que nasceram depois do meu pai falecer, em 2002, falar hoje das suas profecias, de tudo aquilo que iria ocorrer se o angolano não se posicionasse no seu próprio país”, referiu.

Para os apoiantes da UNITA, Adalberto Costa Júnior falou sobre as preocupações e desafios para o futuro, e sobre a “iniciativa que está a marcar a agenda política do nosso país”, bem como sobre o estado da economia do país e da necessidade de se realizar eleições autárquicas.

Segundo Adalberto Costa Júnior, o Presidente da República é eleito para defender o povo, ao contrário “a Constituição prevê, para quem não defende o povo, é possível a destituição”.

Para o líder da UNITA, “Angola tem futuro” e o problema que afeta o país “é político, é falta de diálogo, é falta de transparência, é falta de boa governação”.

“Estas experiências, com as iniciativas que estamos a tomar vão deixar uma moral, estamos seguros que vai deixar uma moral, porque os homens são inteligentes e vão aprender e vão mudar o seu comportamento, tenho a certeza, porque o risco do sucesso está lá e Angola até pode estar a caminhar para ter uma mulher como Presidente da República, pode, qual é o problema? A necessidade é que respeite a Constituição e a lei e sirva o seu povo”, sublinhou.

Adalberto Costa Júnior reiterou que a iniciativa de destituição do Presidente da República “vai trazer muita mudança, muita melhoria, muito ganho”, vincando que a mesma pode “ter sucesso”.

“E a prova de que nós corremos esse risco é o medo que está instalado, a prova é o conteúdo dos telejornais a que estão a assistir. Até foram a correr para a Jamba, cavarem, estão a descobrir valas comuns, a toda a hora. Uma pouca-vergonha”, salientou Adalberto Costa Júnior, fazendo alusão a uma delegação da Comissão para a Implementação do Plano de Reconciliação em Memória das Vítimas dos Conflitos Políticos (CIVICOP) que se deslocou à Jamba, província do Cuando Cubango, antigo bastião da UNITA para um processo de buscas de ossadas de familiares e antigos dirigentes do maior partido da oposição.

spot_imgspot_imgspot_imgspot_img
spot_imgspot_imgspot_imgspot_img

Destaque

Artigos relacionados