Ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE) da Rússia, Serguei Lavrov critica “pressão sem precedentes” do Ocidente sobre países em desenvolvimento

O Ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE) da Rússia criticou hoje os “métodos colonialistas” do Ocidente, com uma pressão “sem precedentes” sobre os países em vias de desenvolvimento para apoiarem a Ucrânia e aquilo que classifica como a “imposição do nazismo”.

Numa curta declaração aos jornalistas à saída de uma audiência com o Presidente angolano João Lourenço, Serguei Lavrov deixou recados ao país africano, tradicional aliado a Rússia que se tem aproximado nos últimos tempos dos EUA e outros países, salientando que o Ocidente “pode trair os aliados” de um momento para o outro.

Lavrov saudou “o diálogo muito prolongado e consistente” com João Lourenço, com quem discutiu em detalhe as relações bilaterais, notando a intenção recíproca de as desenvolver em vários domínios

“E vamos fazê-lo apesar da pressão ilegítima dos EUA e seus parceiros”, realçou o chefe da diplomacia russa, apontando como próxima tarefa a preparação da reunião intergovernamental mista para a cooperação económica comercial técnica e científica.

Além dos passos a seguir para a implementação da nossa cooperação estratégica, Lavrov e Lourenço falaram “bastante” sobre a situação atual e “sobre o apoio do Ocidente às práticas na Ucrânia de imposição do nazismo e da guerra híbrida que é desenvolvida contra o nosso país”, declarou.

“Apresentámos os nossos pontos de vista baseados nos nossos contactos que provam a pressão sem precedentes sobre os países em vias de desenvolvimento da África, Ásia e América Latina, nesse sentido”, criticou.

“Como disse várias vezes o nosso Presidente [Putin], o Ocidente está a utilizar os mesmos métodos colonialistas que usava antigamente para, da mesma maneira colonialista, aproveitar os bens dos países atualmente”, acrescentou o diplomata.

Lavrov disse ainda que “o Ocidente pode, de um momento para o outro trair os seus aliados” como aconteceu no Afeganistão e no Iraque.

“Os países sérios e responsáveis veem muito bem esses comportamentos e estão prontos a tomar medidas para proteger os seus interesses, inclusive no domínio financeiro”, vincou.

Apontou neste âmbito “iniciativas muito recente” e de criação de divisas próprias para os países dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia e China) e da América Latina e Caraíbas, uma questão que será discutida na cimeira deste grupo em finais de agosto, em Durban (África do Sul), para a qual será convidado um grupo de países africanos incluindo o presidente angolano, avançou o MNE russo.

De acordo com o programa da visita de trabalho, o ministro russo visita ainda o Memorial Dr. António Agostinho Neto, bem como o jazigo do ex-presidente angolano José Eduardo dos Santos, que morreu em 08 de julho do ano passado.

Lavrov segue logo depois para uma visita guiada ao Museu Nacional de História Militar e irá passar ainda antes do almoço pela Escola da Embaixada da Federação Russa.

Antes de se encontrar com o chefe de Estado angolano, Lavrov e a sua delegação esteve reunido com o seu homólogo, Téte António.

 

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