O Secretário-geral do MPLA, partido no poder, apelou hoje aos angolanos que não desanimem devido situação socioeconómica, porque se tivessem desistido aqueles que ficaram “14 anos a sofrer nas matas” o país não seria independente.
Paulo Pombolo falava hoje à imprensa no final de uma marcha realizada no município do Kilamba Kiaxe, em Luanda, de apoio ao líder do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), João Lourenço.
Este ato, segundo o primeiro secretário provincial do MPLA em Luanda, Manuel Homem, decorreu de uma diretiva do Secretariado do Bureau Político, que orientou a realização de marchas, em todo o país, conduzidas pelos primeiros secretários municipais, para apoio à João Lourenço e às ações que o executivo tem vindo a implementar.
Segundo Paulo Pombolo, é preciso continuar a trabalhar, a investir na diversificação da economia e apostar na produção interna, apelando aos que criticam a governação atual para que não fiquem desanimados.
“Se tivessem se desanimado os nossos mais velhos, que em 1961 pegaram em armas para libertar o país, e ficaram 14 anos a sofrer nas matas, hoje não estaríamos independentes, o povo angolano tem que acreditar no país que têm e na liderança que têm”, disse o político.
Em Luanda, o ato principal ocorreu no Kilamba Kiaxi, onde centenas de militantes se juntaram, manifestando apoio ao presidente do MPLA.
O dirigente do MPLA salientou que os militantes saíram à rua para saudar a iniciativa de João Lourenço, que recentemente reuniu com os coordenadores dos Comités de Ação do Partido (CAP), as estruturas de base do partido.
“Nós é que elegemos o líder em 2021, e quando se elege um líder, o papel dos militantes é apoiar esse líder para cumprir o seu mandato, para cumprir com a sua moção de estratégia, é isso que os militantes do MPLA, que saíram à rua hoje, quiseram demonstrar para o mundo e para Angola”, disse Paulo Pombolo, afirmando que o partido “não está dividido”.
“Continuamos a dizer isso, o MPLA é o MPLA que veio das matas em 1956, o MPLA que proclamou a independência em 1975, é o MPLA que conquistou a paz, é o MPLA que está a criar condições a nossa Angola, não existem dois MPLA, o MPLA é único, o MPLA de Agostinho Neto, de José Eduardo dos Santos e de João Manuel Gonçalves Lourenço“, declarou.
No município da Ingombota, Gonçalo Pedro, 66 anos, reformado e militante do MPLA desde 2016, disse à Lusa que aderiu à marcha para apoiar o líder do partido, considerando “transitória” a atual situação socioeconómica do país, convicto que “com o andar do tempo as coisas vão melhorar”.
Por sua vez, Massala, nome com que se identificou por receio de retaliação, militante há dois anos, disse que participou na marcha pela sua “grande paixão” por este partido no poder desde 1975, ano em que Angola se tornou independente.
Massala, 32 anos, considerou importante atos do género para a fase de transição que o partido está a viver, com um MPLA mais rejuvenescido, com jovens mais comprometido com as causas.
“Os mais velhos tiveram as suas oportunidades, e como todos sabemos, não foram perfeitos, tiveram as suas debilidades. O MPLA não precisa morrer, porque o problema não é o nome, o problema são as pessoas”, disse Massala.
Maria de Lurdes Couto Pinto, 67 anos e militante desde os seus 15 anos, admitiu que a situação atual do país “está um pouco complicada” devido aos preços da alimentação sobretudo, e que “o povo às vezes está insatisfeito, com razão”, acreditando que com o tempo as coisas vão se encaixar “no seu devido lugar”.
“Tenho fé e certeza que mais lá para frente as coisas poderão melhorar consideravelmente”, disse esta militante, apelando que os céticos se juntem aos esforços do partido, tentem entender e não sejam intransigentes.
Já o deputado à Assembleia Nacional, Nazário Vilhena, frisou que o país teve sempre momentos altos e baixos, frisando que no mundo não há nenhuma economia estável e que resista aos vários fenómenos e intempéries da vida social e económica.
“E mais do que lamentarmos, mais do que apontarmos dedos, é hora — e nestas manifestações têm também esse objetivo — de dar força a quem está a lutar, a quem está a conduzir esta luta gigantesca de transição, porque no fundo estamos diante de uma transição de dimensões económicas também”, disse.
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