Polícia Nacional de Angola (PNA) reprime “protesto de mototaxistas” e detém ativistas na capital angolana (Luanda)

A Polícia Nacional de Angola (PNA) reprimiu, em Luanda, o protesto contra a restrição de circulação de mototaxistas em ruas e avenidas da capital angolana. Pelo menos dez ativistas foram detidos, entre eles “Tanaice Neutro”.

A Polícia Nacional de Angola (PNA) travou a manifestação agendada para este sábado (16.09), em Luanda, contra as medidas restritivas impostas pelo Governo Provincial aos mototaxistas.

Pelo menos dez ativistas foram detidos quando se preparavam para a marcha no largo adjacente ao Cemitério da Santana, local da concentração.

Entre os ativistas detidos está Gilson da Silva Moreira, mais conhecido por “Tanaice Neutro”, que saiu da prisão recentemente, tendo sido condenado pelos crimes de ultraje ao Estado, seus símbolos e órgãos.

Em declarações à DW África, momentos antes da sua detenção, o também músico explicou que juntou-se à manifestação contra as medidas de restrição à circulação dos mototaxistas por entender que a medida vai penalizar o cidadão que beneficia da atividade dos conhecidos “kupapatas”.

“Eu sou angolano, sou do bairro e sou pobre. Estes senhores, que querem privar a circulação dos mototaxistas na cidade, têm contacto com outros prestadores de serviços de táxi para lhes transportar. E nós que somos pobres, quem vai nos levar?”, interrogou o ativista.

Organização “cumpriu com a lei”

Também Adolfo Campos, ativista e um dos membros da organização da marcha, foi detido.

No entanto, de acordo com o ativista, a organização cumpriu com os trâmites constantes da Lei da manifestação, mas que as autoridades de Luanda remeteram-se ao silêncio. Silêncio que, na opinião dos mentores, pode ser interpretado como não objeção à petição.

“Remetemos o nosso documento na passada segunda-feira, 11 de setembro, e o Governo da província até ontem, sexta-feira, não tinha respondido ao nosso pedido. A Lei não diz que o Governo deve autorizar as manifestações, o governo toma conhecimento para criar as condições de proteção dos manifestantes”, argumenta.

A DW África tentou contactar as autoridades policiais em serviço no local, mas não obteve sucesso.

De recordar que o Governo Provincial de Luanda (GPL) proibiu a circulação de mototáxis em algumas ruas e avenidas da capital angolana, com destaque para a Fidel de Castro.

A medida apresentada pelo diretor do Gabinete Jurídico e Intercâmbio do Governo Provincial de Luanda, Edson César, tem gerado controvérsia.

 

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