Na semana passada ocorreu em Angola mais uma sessão no Tribunal Supremo do caso GRECIMA. O extinto Gabinete de Revitalização e Execução da Comunicação Institucional e Marketing da Administração (GRECIMA) era o braço armado de José Eduardo dos Santos para preservar a imagem da Angola no exterior.
Com um orçamento superior a 98 milhões de euros, o GRECIMA pagava a tudo e a todos que estivessem a dizer mal de Angola. No dia 8 de fevereiro foi a vez de Gaspar dos Santos, braço-direito do chefe do GRECIMA e ex-ministro da Comunicação Social de Angola, Manuel Rabelais (acusado de peculato e branqueamento de capitais), dar o seu testemunho. Gaspar dos Santos, também ele arguido neste processo, não teve papas na língua ao dizer que o GRECIMA foi “obrigado a ceder a chantagens que custavam entre 40 e 50 mil euros” feitas por órgãos de comunicação estrangeiros que tinham matérias contra Angola e seus dirigentes.
Aquele responsável não hesitou ao afirmar que a os canais portugueses de televisão SIC e TVI fizeram a “boa imagem” de Angola a troco de pagamentos do GRECIMA.
Gaspar dos Santos disse que cumpria ordens de Manuel Rabelais e que o banco utilizado para os pagamentos era o BCI – Banco de Comércio e Indústria (banco de capitais 100% públicos). Aquele responsável admitiu ainda ter pago a alguns jornalistas da Euronews.