Domingos Rafael Fragoso, médico militar angolano, que se encontra há dois anos em Lisboa à espera de um transplante renal, denuncia que tem sido alvo de injustiça por parte das autoridades sanitárias de Angola em Portugal.
Há alguns dias, na semana passada, ao regressar à pensão, onde vive, após uma sessão de hemodiálise, o clínico, que é coronel na reforma das FAA, foi informado de que deverá abandonar o local de hospedagem a partir desta segunda-feira, 15 de Março, segundo informações postas a circular pelo jornalista Ilídio Manuel.
Conforme alegações, os proprietários da pensão terão dito que o hóspede tem alta médica desde o dia 8 de Março, uma informação que o paciente afirma não corresponder à verdade.
Na ocasião, o Coronel Domingos Fragoso, disse não ter recebido qualquer informação nesse sentido, dada pelo seu médico assistente.
“Onde vou viver, sem rendimentos?”, questionou o paciente Fragoso, também médico de profissão, avançando que tem sido alvo de uma tremenda injustiça.
O oficial superior na reforma, mostra-se indignado com o tipo de tratamento que tem recebido por parte das autoridades angolanas da saúde, em Lisboa, depois de ter “servido à pátria durante anos, a ponto de colocar em risco a vida”, conforme lembrou.
Questionou igualmente, se merece tal tratamento depois de ter sido condecorado com uma medalha de mérito militar de 2.ª classe dada a 23 de Março de 2019 pelo Presidente da República.
“Lutei pelo meu país nos momentos muito difíceis, pelo que mereço atenção e respeito”, apelou.
Vale recordar que, em Angola, em 2020, foi aprovada uma Lei de Transplantes de órgãos Humanos, sendo que, até a data presente ainda não começou a ser aplicada.
Por este mesmo facto, segundo dados, muitos pacientes no exterior temem regressar ao país com medo de que venham a morrer por falta de assistência médica adequada.