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Presidente da República de Angola (PRA), João Lourenço, assegura que a “luta contra a corrupção” não está terminada

Presidente da República de Angola (PRA), João Lourenço, assegura que a luta contra a corrupção não está terminada e rejeita que as pessoas envolvidas nestes atos representem uma fatia grande do MPLA, partido que governa Angola há 47 anos.

Em entrevista à Televisão Pública de Angola (TPA), na segunda-feira (28.11), João Lourenço sublinhou que a luta contra a corrupção, que elegeu como bandeira do seu primeiro mandato, não está terminada e lembrou que “muitos se beneficiaram deste processo” que o país “viveu muitos anos e vive ainda de alguma forma”.

Destacou que este processo exigiu “coragem” e que teve consequências. “Há quem tenha interpretado isso como seu tivesse criado uma divisão no seio do partido, não foi isso que aconteceu. Não se pode aceitar que as pessoas que estão envolvidas em corrupção representem uma fatia grande do partido, não representam”, salientou João Lourenço, notando que houve também quem visse nessa luta uma derrota previsível do MPLA.

Na semana passada, a empresária Isabel dos Santos disse em entrevista à DW África que “o MPLA tornou-se um partido corrupto” e acusou o Presidente João Lourenço de ter “uma agenda de perseguição política”.

O procurador-geral da República de Angola, Hélder Pitta Grós, prometeu esta segunda-feira (28.11) que o processo contra Isabel dos Santos vai avançar, mesmo que a empresária não preste declarações no âmbito do mandado de detenção internacional pedido pelas autoridades angolanas.

O procurador disse ainda que foram feitas várias tentativas para ouvir a empresária, que tem insistido estar disponível para esclarecer “inverdades” a seu respeito.

Recuperação de ativos

O chefe do executivo angolano e presidente do MPLA sublinhou que podia ter ficado numa situação cómoda de dar continuidade ao que encontrou, “mas se assim o fizesse teria prestado muito mau serviço ao país uma vez que os dinheiros da corrupção não serviriam para o desenvolvimento do país”.

Com os ativos recuperados, afirmou, foi possível avançar com um Programa Integrado de Intervenção nos Municípios no valor de 2 mil milhões de dólares, que permitiu fazer importantes investimentos.

Admite que hoje continua a existir corrupção em Angola, mas em menor dimensão, já que as pessoas que sabem que não existe impunidade e se são descobertas têm de prestar contas a justiça.

Derrota eleitoral desvalorizada

João Lourenço desvalorizou, por outro lado, a derrota sofrida pelo MPLA em Luanda, província mais populosa e capital do país, no último ato eleitoral, porque se tratava de eleições gerais e não contavam os resultados que teve em cada província ou cada município.

“Só se perde numa província se as eleições forem locais, não foi o caso”, observou.

Afirmou ainda que o MPLA não receia ter maus resultados quando forem instituídas autarquias locais porque “o partido vai ter de lutar para ter bons resultados em todos os municípios onde as autarquias locais tiverem lugar”.

“Ainda esta por definir se vamos fazer nos 164 municípios do país ou se vai ser por fases, mas o partido tem de lutar por ganhar o maior número possível de autarquias. Vamos lutar por igual por cada autarquia que estiver em disputa”, afirmou o governante.

Fortalecer parceria com EUA

João Lourenço afirmou que gostaria de fortalecer a parceria estratégica com os EUA com maior investimento direto, para ajudar a diversificar a economia e a industrializar o país, mensagem que pretende levar ao presidente Biden em dezembro, por altura da próxima  Cimeira de Líderes EUA-África, que terá lugar em Washington D.C.

Sobre a iniciativa, espera que esta “não seja mais uma, e sim uma cimeira diferente com resultados a médio e longo prazo”.

“Vamos dizer ao Presidente Biden que a América deve apostar mais no nosso continente, que tem um potencial muito grande. Com a situação que a Europa vive hoje penso que seria o momento ideal para olhar com outros olhos para o nosso continente”, frisou o chefe de Estado angolano.

 

 

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