O bilionário norte-americano de origem húngara George Soros disse hoje, em Davos (Suíça), que o Presidente russo, Vladimir Putin, deve ser derrotado o mais rápido possível, porque é “a melhor e talvez a única maneira de preservar a civilização”.
“(…) Devemos mobilizar todos os nossos recursos para que a guerra [na Ucrânia] termine logo”, afirmou Soros, no seu discurso durante o seu tradicional jantar com a imprensa no Fórum Económico de Davos.
O filantropo explicou que, “enquanto a guerra prossegue, a luta contra a mudança climática deve ficar em segundo plano”, observando que especialistas dizem que há um atraso e que as “alterações climáticas estão prestes a tornar-se irreversíveis”.
“Isto pode ser o fim da nossa civilização”, alertou.
Soros considera essa perspetiva “particularmente aterrorizante”.
“A maioria de nós aceita a ideia de que, eventualmente, devemos morrer, mas damos como certo que a nossa civilização irá sobreviver”, realçou.
Para Soros, Vladimir Putin “sabe bem o quão vulnerável é a sua posição” e “parece ter reconhecido” o seu “terrível erro” ao invadir a Ucrânia, estando agora a “preparar terreno para negociar um cessar-fogo”.
No entanto, alertou, “o cessar-fogo é inatingível, porque não é confiável”.
“Putin teria que iniciar negociações de paz, o que não fará, porque seria equivalente a renunciar”, frisou.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.