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Rei de Espanha, Felipe VI apela em Luanda aos países africanos para rejeitarem guerra “injustificada” na Ucrânia e “trabalharem em conjunto”

O Rei de Espanha, Felipe VI apelou hoje aos países africanos para rejeitarem a guerra “injustificada” na Ucrânia e “trabalharem em conjunto” na proteção da ordem internacional, assegurando o respeito pela soberania e integridade de todos os Estados.

Num discurso proferido no parlamento angolano em Luanda, no final da visita oficial de três dias ao país com a Rainha Letizia, a sua primeira à África subsaariana, Felipe VI afirmou que “esta guerra, absolutamente injustificada, afeta seriamente todos os continentes”, pelo que todos países devem “unir forças para defender os princípios básicos do direito internacional e a Carta das Nações Unidas”.

Para o monarca espanhol, a guerra desencadeada pela Rússia há um ano reafirmou a necessidade do trabalho conjunto para preservar a paz e a segurança mundiais, sem as quais “nenhum esforço ou projeto pode ser bem-sucedido”, afirmou Felipe VI.

Filipe VI acrescentou que a guerra na Ucrânia está a ter um sério impacto a nível mundial e, em particular, em África, devido à crise alimentar, que agravou a já complicada situação humanitária no continente.

Por isso, insistiu, “hoje, mais do que nunca, os países amigos têm de preservar uma ordem internacional justa, baseada em regras que têm como pedra angular o respeito pela soberania nacional e a integridade territorial de todos os Estados”.

África é uma das regiões onde a Rússia tem procurado ganhar influência geopolítica nos últimos anos.

Luanda mantém com Moscovo uma boa relação diplomática desde o apoio soviético que recebeu após a independência de Portugal em 1975, embora o seu Presidente, João Lourenço, tenha instado o líder russo, Vladimir Putin, a pôr fim à guerra na Ucrânia.

Felipe VI recordou que África também sofre graves conflitos devido ao terrorismo, crime organizado e emergências humanitárias, que ameaçam a estabilidade e o desenvolvimento de regiões como o Sahel, os Grandes Lagos e o Corno de África.

Em contrapartida, observou, a cessação das hostilidades na Etiópia “abre uma janela de esperança”.

O Rei salientou que a Espanha “está empenhada na segurança, estabilidade e progresso” destas regiões, bem como na luta contra a pirataria marítima ao largo das costas africanas, manifesta nas suas políticas de cooperação em diferentes áreas.

No caso de Angola, o monarca reconheceu, em português, os esforços de João Lourenço para contribuir para a estabilidade do continente através da sua mediação em alguns destes conflitos.

Tal como em outros discursos durante a sua estadia em Luanda, o monarca sublinhou que Angola é um país prioritário para a Espanha, devido à sua estabilidade política e social, aos seus recursos e boas perspetivas económicas, e a uma diplomacia ativa a nível regional e multilateral.

“Angola é hoje uma terra de oportunidades”, afirmou no parlamento angolano, onde a presidente da Assembleia Nacional, Carolina Cerqueira, e 220 deputados angolanos o aplaudiram de pé.

Do parlamento, Felipe VI e a rainha Letizia seguiram para o Palácio do Futungo em Luanda, onde foram recebidos pelo Presidente João Lourenço e pela mulher, Ana Dias Lourenço.

 

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