Vice-Presidente do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) acusa a UNITA, na oposição, de querer assumir o poder “de forma ilegítima”

Num encontro com partidos que lutaram pela independência dos países africanos de língua portuguesa, nesta segunda-feira, Luísa Damião afirmou que o maior partido da oposição nunca aceitou os resultados eleitorais desde 1992 e tem optado “por actos não patrióticos que minam a unidade nacional”.

Este posicionamento de Damião surge dias depois de a UNITA ter anunciado um processo de impugnação do Presidente João Lourenço.

Num país governado pelo mesmo partido desde 1975, que tem uma forte base militar, um especialista em assuntos militares considera que Damião deve estudar a segurança do país, enquanto um psicólogo adverte para o sentimento de instabilidade, angustia e ansiedade que a política pode semear na vida dos cidadãos.

A história militar angolana e a estrutura castrense do país institucionalizada há vários anos, não permitem qualquer ação contra o Estado proveniente de um partido completamente desmilitarizado.

A opinião é do general angolano na reserva, Manuel Mendes de Carvalho Pacavira, mais conhecido por General Paka, para quem “a UNITA foi completamente destruída, não tem hipóteses de dar nenhum golpe de Estado é falácia”.

Em 2002, nos acordo de paz, a tropa da UNITA foi absolvida nas Forças Armadas Angolanas.

O General Paka diz que estes discursos de Luísa Damião acabam por ser uma “subversão política contra o partido UNITA”.

“A vice-presidente está a confundir as coisas, como também não foi à tropa… acho que devia ir para uma academia militar aprender…”, conclui.

Entretanto, para o sociólogo Carlinho Zassala, estes discursos podem criar na população um sentimento de instabilidade, angustia e ansiedade.

“Ninguém está a cima da lei, se nós não obedecermos a lei isso cria um sentimento de instabilidade porque são as leis que protegem os cidadãos” aponta Zassala que apela ao cumprimento das leis para a tranquilidade dos cidadãos.

“As leis protegem os mais fracos, quando as leis não são aplicadas os mais fracos ficam numa situação de instabilidade de ansiedade e de angustia normalmente sem saber o que vai lhes esperar na vida”, diz aquele sociólogo.

Em entrevista à Voz da América, em Washington na sexta-feira, 28, o presidente da UNITA disse que o MPLA está com medo do processo de impugnação porque enquando o partido da oposição levou o debate para as instituições, o Parlamento, mas “o partido no poder levou o debate par a rua”.

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