Principal Partido da Oposição angolana, UNITA promete divulgar destino dado a 50% do “subsídio de instalação” dos seus deputados

A Atribuição de um subsídio de instalação e de fim de mandato aos deputados pela Assembleia Nacional no valor de 22 milhões de kwanzas (cerca de 26 mil dólares) continua a suscitar reacções. Em certos círculos fala-se em “subsídio milionário”.

O grupo parlamentar da UNITA anunciou que vai partilhar 50 por cento do valor com os mais vulneráveis de todas as províncias do país, tendo já identificado os possíveis beneficiários e prometido vai publicar relatórios desta doação.

Analistas políticos ouvidos pela FMFWorld.Org têmopiniões divergentes sobre o gesto dos deputados do maior partido na oposição.

“Todos os anos, em Dezembro, o deputado tem recebido um bónus de Natal, metade deste bónus, os deputados pelo grupo parlamentar da UNITA têm juntado um fundo e realizam várias actividades de solidariedade, é o mesmo que
faremos agora com metade deste subsídio”, explica o líder parlamentar do partido do Galo Negro.

Liberty Chiyaka acrescesnta que “já visitamos postos médicos onde não há medicamentos, sequer materiais gastáveis, já visitamos escolas sem carteiras, os alunos são obrigados a sentar em latas de leite, escolas sem tecto, quando chove as crianças têm de fugir para casa, há um conjunto de infraestruturas que nós de forma consciente vamos ajudar a resolver estas situações”.

Questionado sobre quem fiscalizar Chiyaka assegura que “vamos tornar públicos todos os actos que vamos realizar, vamos apresentar relatórios, é um movimento
público, não temos nada a esconder”.

Por seu lado, o sociólogo João Lukombo Nza Tuzola diz que nada do que a UNITA fizer vai “branquear o erro” que os seus deputados cometeram ao aceitarem este subsídio milionário.

“Então de princípio eles não queriam este valor que estava incluído no orçamento entre as rubricas, agora aceitam receber, isto parece um camaleão, como é que querem distribuir algo que tinha negado, penso que eles deviam ter rejeitado tudo”, sustenta Nza Tuzola.

Quem considera normal o gesto dos parlamentares da UNITA, desde que partilhem com aqueles que sejam de facto necessitados, é o analista social Tunga Alberto, para quem “oxalá outros deputados ganhem a mesma motivação de patriotismo que não deve ser apenas da boca para fora, um bom gesto”.

Refira-se que há movimentos para um protesto contra a atribuição desse subsídio aos deputados. Há quem critique a decisão da UNITA de receber o subsídio depois de ter criticado e votado contra o Orçamento Geral do Estado (OGE).

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