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Principal Partido da Oposição angolana, UNITA suspeita de “terrorismo de Estado” em ataques a líder sindical angolano

O Principal Partido da Oposição angolana, UNITA, apelou hoje ao diálogo do executivo angolano com os professores do ensino superior e questionou os atos de intimidação contra o líder sindical da classe, levantando suspeitas de “terrorismo de Estado”.

As preocupações da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) foram expressas em Luanda pelo deputado Raul Tati, primeiro-ministro do “Governo-sombra” do maior partido da oposição angolana, que criticou a inação do executivo face à prolongada greve dos professores do ensino superior, que começou em 27 de fevereiro.

“Torna-se incompreensível o silêncio tumular do titular do poder executivo diante do clamor dos docentes do ensino superior a que se somaram ultimamente as vozes dos estudantes, perfeitamente justificadas com o temor da anulação do ano letivo”, disse Tati, apontando a prioridade que deve ser concedida à educação.

O político criticou o “imobilismo e inação do executivo” perante as reivindicações do Sindicato de Professores do Ensino Superior de Angola (Sinpes), sublinhando que a negociação tem “fracassado sistematicamente” levando a sucessivas paralisações.

Apelou, por isso, ao diálogo com os docentes, em vez da “costumeira arrogância” e “intimidações” a que o Governo sistematicamente recorre.

“É por demais óbvio que este não pode ser o caminho para ultrapassar o diferendo”, destacou o dirigente da UNITA, denunciando ainda os atos de intimidação contra o secretário-geral do Sinpes, Eduardo Peres, por meio de mensagens anónimas, assaltos à residência e atentados contra familiares, atos estes “reprováveis e condenáveis”.

Criticando a “indisfarçável recusa” das autoridades em garantir segurança ao líder do Sinpes e sua família, Raul Tati considerou que tal atitude “levanta suspeitas de que tais atos estejam relacionados com o que se pode chamar de terrorismo de Estado”.

O primeiro-ministro do “Governo-sombra” da UNITA recomendou ao executivo que inicie reformas no ensino superior e preveja “dotações orçamentais robustas” para adequação salarial dos professores e manutenção e construção de instituições de ensino, lamentando os “prejuízos incalculáveis” que a paralisação das aulas representa para a população estudantil.

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