República Popular da China quer continuar a financiar Angola e destaca “aumento de 25%” nas trocas comerciais

O Embaixador chinês em Angola disse hoje que a China está disponível para continuar a financiar infraestruturas e a investir no país africano, destacando igualmente o aumento homólogo de 25% nas trocas comerciais entre os dois países.

Gong Tao que foi recebido em audiência pelo Presidente angolano, João Lourenço, abordou com o chefe de Estado as relações bilaterais entre os dois países, sublinhando que estão “num bom período do seu desenvolvimento”, no ano em que se comemora o 40.º aniversário das relações China-Angola.

O diplomata falou também sobre as infraestruturas com investimento chinês atualmente em curso em Angola, como o novo aeroporto internacional de Luanda, o aproveitamento hidroelétrico de Caculo-Cabaça e o novo porto de Caio, em Cabinda, que “estão em boa execução”, garantindo a vontade da parte chinesa em assegurar financiamento e que as obras se realizam no prazo previsto.

“São infraestruturas estratégicas para Angola e a China tem todo o apoio a dar à parte angolana, sabemos a importância destes projetos, vamos continuar com o financiamento destas obras”, declarou.

Gong Tao salientou também a importância da diversificação económica a que o Governo angolano quer dar prioridade e adiantou que a China vai analisar e estudar o plano nacional de desenvolvimento do próximo quinquénio, que deverá ser apresentado em breve.

O embaixador chinês afirmou que as duas partes deverão avaliar novas possibilidades de cooperação na área de financiamento, investimento e formação de quadros na segunda edição da comissão orientadora da cooperação China-Angola.

“As nossas relações já deram frutos no passado e assim vai continuar a ser”, frisou.

Gong Tao notou igualmente que o crescimento das trocas comerciais atingiu no ano passado 27 mil milhões de dólares (25 mil milhões de euros), um aumento homólogo de 25%.

Angola é o segundo maior parceiro comercial da China em toda a África, logo depois da África do Sul e a China continua a ser o maior parceiro de Angola desde a última década, continuou o embaixador, acrescentando que há interesse em diversificar os produtos comercializados.

“Queremos potencializar a capacidade angolana de fazer mais exportações para a China, que tem um grande mercado e há cada vez um número maior de chineses da classe média que oferece grandes potencialidades para todos no mundo”, destacou.

Por isso, está a ser negociado um novo acordo aduaneiro em que a China vai oferece tarifa zero a 98% dos bens angolanos exportados para o país asiático, estando também a ser negociados acordos na área das pescas e da agricultura, setor em que “Angola tem um grande futuro”, segundo Gong Tao.

O diplomata disse que após o levantamento das restrições relacionadas com a covid-19 têm chegado a Angola vários grupos empresariais, realçando a estabilidade política e social do país, que mostra grande potencial para chineses e angolanos explorarem novas oportunidades de cooperação na área de comércio e investimento.

“Há vários projetos em curso da parte chinesa que já convidou a parte angolana a participar na terceira edição da feira de comércio e investimento China-África que vai realiza-se na província chinesa de Hunan entre finais de junho e início de julho”, avançou o responsável, dizendo que é esperada uma delegação angolana com vários empresários para fazer um ‘road show’ para mostrar à China as novas oportunidades que estão a surgir.

Gong Tao sublinhou ainda que os dois países vão continuar a manter contactos de alto nível para consolidar ainda mais as relações políticas e impulsionar a cooperação de comércio e investimento, bem como ajudar a promover paz e estabilidade nos assuntos internacionais e regionais.

“China e Angola têm objetivos comuns e sempre fizeram esforços para ajudar os parceiros internacionais a uma resolução pacífica dos conflitos”, completou.

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