A Agência norte-americana para o desenvolvimento (USAID) anunciou hoje um investimento de cinco milhões de dólares para um projeto de mulheres agricultoras nas províncias angolanas de Benguela, Bié e Huambo, que são atravessadas pelo Corredor do Lobito.
O anúncio foi feito hoje em Benguela (sul de Angola) pela administradora da USAID, Samantha Power, que acredita que Angola pode tornar-se uma potência do setor agrícola a nível regional
Samantha Power lembrou que o país lusófono importa cerca de metade dos alimentos de que necessita, uma despesa de cerca de três mil milhões de dólares por ano, e sublinhou o impacto do Corredor do Lobito, linha férrea que atravessa Angola desde a fronteira com República democrática do Congo até ao Lobito na costa Atlântica, para o setor agrícola
A infraestrutura ferroviária, considerou, “tem potencial para mudar Angola”, ligar agricultores aos mercados onde podem escoar os seus produtos, reduzir custos e aumentar as receitas dos agricultores.
Para tal, precisam de recursos financeiros, capacitação técnica, competências básicas de literacia, acrescentou, sendo estes alguns dos objetivos do projeto Mulheres ma Agricultura Angolana, que agora vai ser expandido para as três provincias que fazem parte do Corredor do Lobito.
A USAID contribuiu inicialmente com um milhão de dólares para esta iniciativa, `qual se juntaram mais três empresas do setor privado (ExxonMobil, AZULE e Grupo Simples) que forneceriam mais 1,5 milhões de dólares em dinheiro e em espécie, e vai investir agora mais cinco milhões para abranger mais 20.000 mulheres.
O programa está atualmente em curso nas provincias de Malanje, Cuanza Norte, Cuanza Sul, Luanda, Huíla, Namibe e Cuando Cubango às quais se vão juntar Benguela, Huambo e Bié.
Segundo Samantha Power, a primeira fase do projeto que abrangeu seis mil mulheres permitiu em três anos triplicar as colheitas e gerar receitas seis vezes superiores
“Acreditamos que na parceria entre os EUA e Angola o céu é o limite”, destacou a responsável norte-americana.
Samantha Power e o secretário de Estado Adjunto dos EUA para a Gestão, Richard Verma, terminam hoje uma visita de trabalho a Angola, com foco nos investimentos daquela instituição norte-americana na prevenção da malária e no projecto do Corredor do Lobito.
Segundo anunciou a USAID em comunicado, “o objetivo passa por reafirmar o compromisso do Governo dos Estados Unidos da América no apoio (…) à segurança e boa governação em Angola”. O documento avança ainda que Samantha Powera reunirá com líderes governamentais, membros da sociedade civil e executivos de empresas, em Luanda.
A visita destes dois responsáveis norte-americanos acontece três meses após a presença do chefe da diplomacia dos EUA em Luanda, durante a qual Anthony Blinken afirmou que a relação entre os dois países é agora “mais forte e consequente do que em qualquer outra altura dos últimos 30 anos”.