Angola/Cuando Cubango: Oposição diz ter sido “excluída” de contactar João Lourenço

Os partidos da oposição na província angolana de Cuando Cubango protestaram por não terem sido convidados a encontrar-se com o presidente João Lourenço que está de visita a essa província.

João Lourenço está no Cuando Cubango bem visita de trabalho e os partidos dizem que tinham preparado várias questões para colocar ao Presidente.

A UNITA, o maior partido na oposição, queria que o Presidente fosse a algumas localidades para ver que um dos principais problemas que impedem o desenvolvimento da província é a falta de estradas, disse o secretário provincial.

Kakoma afirmou que a ligação entre o município-sede a um município dentro da mesma província o cidadão pode levar de dois a três dias.

“O PIIM (Plano Integrado de Intervenção nos Municípios) aqui não chegou, o Cuando Cubango continua a ser as terras do fim do mundo”, afirmou.

O representante da UNITA na província afirmou ainda que “as populações passam mal e o problema fundamental ainda é a fome”.

“Recebo todos os dias chamadas de sobas a solicitar comida e numa província com grande potencial agrícola, tem terras férteis, se o governo apostasse nas vias de comunicação, as estradas penso que isso não acontecia”, acrescentou.

Domingos Matias, secretário da província pela CASA-CE, acusou o Presidente de “só se lembrar do Cuando Cubango quando é para fazer campanha”.

“O Presidente, desde que foi eleito, nunca quis saber do Cuando Cubango, só veio aqui no lançamento da sua campanha partidária e hoje volta novamente por causa da campanha para as eleições”, disse Matias, para quem Lourenço “só vem aqui para buscar votos, e o seu primeiro secretário do MPLA que ele meteu aqui pratica muita intolerância, pensa que o território angolano é só para o MPLA”.

O representante da CASA-CE reiterou ainda que há “fome a sério em várias áreas”.

O PRS também afirmou ter sido excluído da visita do Presidente da República e o seu representante Samuel Messene apontou a intolerância e a falta de estradas como dificuldades agudas da província, “mas a fome é a rainha”.

“O PIIM, aqui no Cuando Cubango nunca se fez sentir, apenas promessas e mais promessas e o povo já está farto de promessa, as pessoas querem ver os seus direitos na prática”, disse.

Para o secretário provincial do Bloco Democrático João Nguenji a visita do Presidente da República é uma boa oportunidade para atestar se a fome “é uma questão relativa ou não”.

Lourenço reuniu-se hoje com governadores das 18 províncias do país e um número considerável de ministros para avaliar o estado de execução dos principais projectos estruturantes no país, como estradas nacionais, habitações, escolas e hospitais.

 

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