Embaixadora dos EUA em Angola diz que João Lourenço pode contar com o apoio total da administração Biden no combate à corrupção. Em causa está um programa de financiamento de 1,3 milhões de dólares.
A embaixadora dos Estados Unidos em Angola, Nina Maria Fite, confirmou esta sexta-feira, em declarações à Rádio Nacional de Angola, que “a administração Biden vai dar todo o apoio ao Presidente João Lourenço, no combate à corrupção”.
O Departamento de Estado norte-americano tinha já elogiado o Presidente angolano, pelos “avanços impressionantes na continuação de uma agenda anticorrupção” nos últimos dois anos, noticiou a imprensa angolana na quarta-feira.
De acordo com a agência de notícias angolana Angop, as autoridades norte-americanas felicitaram o sucesso da presidência de João Lourenço “na luta contra a captura de Estado, na denúncia e acusação de antigos funcionários públicos e numa nova lei de combate ao branqueamento de capitais e ao financiamento do terrorismo”.
Esta avaliação advém de um concurso lançado pelo Gabinete de Democracia, Direitos Humanos e Trabalho do Departamento de Estado dos EUA para projetos de combate à corrupção em Angola, contando com um financiamento de 1,3 milhões de dólares (cerca de 1 milhão de euros).
Este programa de financiamento tem como objetivo “apoiar o crescimento da sociedade civil angolana e dos media independentes no aumento da consciência pública e apoiar reformas para a transparência e combate à corrupção”.
Em entrevista à RNA, Nina Maria Fite disse que o governo angolano promulgou leis de combate à corrupção que irão gerar interesse junto do setor privado dos Estados Unidos, no que se refere às oportunidades de investimento em Angola. No entanto, não deixou de referir que o maior desafio passa agora pela aplicação contínua dessas novas leis.
A chefe da diplomacia norte-americana em Angola acrescentou ainda que, para apoiar a luta do governo angolano contra a corrupção, os Estados Unidos também prestaram assistência técnica e orientação a muitas instituições angolanas, tendo realizado programas para reforçar a gestão das finanças públicas.
Recorde-se ainda que na quarta-feira, veio a público um relatório da consultora Pangea Risk onde é revelado que vários dirigentes angolanos, incluindo o Presidente da República, João Lourenço, estão a ser investigados nos EUA, por uma série de alegadas violações da legislação sobre práticas de corrupção no estrangeiro (FCPA), transações bancárias ilegais, fraude bancária para compra de propriedades nos Estados Unidos e tentativa de defraudar o Departamento de Justiça norte-americano.
No relatório, a consultora deixa o aviso de que estas práticas ilegais “deverão ter impacto nos investidores estrangeiros em Angola e frustrar as relações do país com doadores e credores nos próximos meses”.