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Banco Central de Angola (BNA) diz que “qualidade dos projetos” continua a dificultar acesso ao crédito das empresas

O Governador do Banco Central de Angola (BNA) disse hoje que a qualidade dos projetos continua a ser a grande dificuldade para o acesso ao crédito das empresas, realidade corroborada pela representante do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD).

José de Lima Massano referiu, na primeira edição do Angola Economic Outlook 2023, que o Banco Nacional de Angola (BNA) fez sair uma norma que estabelece o prazo máximo de 45 dias para aprovação de operações de bancos comerciais, que tem sido respeitada pelos bancos comerciais.

“O que acontece é que os promotores de iniciativas empresariais que precisam de recursos, no trigésimo dia o banco diz que falta esta peça e começa a contar outra vez”, explicou.

Um exemplo desta realidade, citou José de Lima Massano, é o que acontece com a linha de crédito do Deutsch Bank, que há anos não aprova projetos angolanos.

“Nós temos aqui uma boa referência da seriedade com que temos que levar esses processos de crédito, o que acontece com a linha famosa do Deutsch Bank. Quantas operações conseguimos financiadas por essa via? Porque não conseguimos reunir as peças necessárias para a efetiva aprovação, [há] anos, e nós estamos a dizer que os nossos bancos comerciais têm que dar resposta em até 45 dias”, realçou.

Segundo José de Lima Massano, o que o Banco Nacional de Angola (BNA) verifica nas suas ações de fiscalização “é que os bancos, no geral, cumprem com os 45 dias”.

“O que se passa é que a qualidade da informação precisa de facto de ser melhorada, essa é a principal reclamação que temos dos bancos comerciais, a qualidade de informação que é apresentada para os projetos que precisam de recurso a financiamento”, frisou.

Por seu lado, a oficial principal de Programas do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), Yolanda Arcelina, referiu que num portfolio de 1,2 mil milhões de dólares (mil milhões de euros) cerca de 60% a 70% deste valor é para serviços, para obras e compra de bens, mas o que se nota é que “o empresariado angolano não está presente”.

“O número de propostas que recebemos de empresas nacionais é muito reduzido e as qualidades das propostas, mesmo para concorrer para essas oportunidades de financiamentos que temos para obras e outros serviços, a qualidade dos documentos é muito baixa”, sublinhou.

Yolanda Arcelina disse que começaram a trabalhar esse aspeto, através de informação, “um processo de conhecimento mútuo”.

“Por um lado, no banco, para conhecer melhor o mercado angolano, mas também para que, no geral, se conheça melhor o banco, aquilo que são as regras com que nós funcionamos e principalmente para que haja mais parcerias entre o setor público local e o internacional para que possam concorrer em pé de igualdade”, enfatizou.

 

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