Principal Partido da Oposição angolana, UNITA questiona quando “Angola terá investigação” a membros do Governo como em Portugal

O Líder da UNITA, Adalberto Costa Júnior (ACJ), usou hoje “o que aconteceu ontem em Portugal” para questionar se em Angola seria possível a investigação de um Primeiro-ministro e a detenção de membros do Governo português.

“Convido a todos, vejamos o que aconteceu ontem em Portugal: uma suspeita de corrupção, uma suspeita de favorecimento e contratação pública, levou as instituições a investigar, inclusive o Primeiro-ministro, os seus ministros e a prender membros do Governo”, afirmou Adalberto da Costa Júnior.

Adalberto da Costa Júnior discursava na abertura da Conferência sobre os Desafios Económicos e o OGE [Orçamento Geral do Estado], apresentado pela União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), através do seu Governo Sombra.

Segundo o líder da UNITA, a Procuradoria da República em Portugal, assumindo toda a sua independência, atuou em defesa do interesse público e da transparência.

“E um Primeiro-ministro, que tem uma maioria absoluta na Assembleia Nacional, apresentou de imediato a sua demissão, colocou-se à disposição dos órgãos de justiça! Era possível estes factos terem lugar em Angola? As nossas instituições investigam o Presidente da República? A Procuradoria faz a defesa dos interesses públicos, com coragem e isenção? O SIC [Serviço de Investigação Criminal] e demais instituições ligadas à investigação criminal têm autonomia e os seus comandantes servem o Estado com total independência aos interesses do partido que governa? Sabemos todos que não!”, declarou.

O presidente da UNITA recorreu também à situação política em Moçambique para dizer que naquele país começa a haver mudanças.

“Em Moçambique as vozes dos grandes começam a ser ouvidas: Samora Machel Júnior, falou, a mamã Graça Machel também falou com coragem e falou bonito. O antigo presidente da Comissão Eleitoral também fez declarações com muita coragem. E aqui? Aqui os Mais Velhos precisam de trazer a sua voz e a sua ação, para que o país perceba que não estão abandonados! Urge escolher Angola. Retomar a capacidade de dialogar. Ir ao médico e pedir uma pílula contra a intolerância, contra o medo, contra a arrogância, contra a extrema corrupção e, mais importante, uma pílula para abrir as portas do nosso Kremlin à democracia”, acrescentou.

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